Essa borboleta de asas destroçadas conseguiu um grande feito: sobreviver apesar de faltar os pedaços.
As asas de uma borboleta são seus sustentáculos. Levam-na às alturas e garantem a absorção de calor. São firmes o suficiente para mantê-las no ar, mas, paradoxalmente, frágeis para garantir a maleabilidade fundamental para voar. São formadas por camadas muito finas de quitina, sendo que, algumas se perdem naturalmente, ao longo da vida da borboleta, para permitir que ela escape de seus predadores. Quando tocamos suas asas, a poeirinha que se solta em nossas mãos é uma dessas camadas.
A borboleta sobrevive à perda de camadas em suas asas. Contudo, se a remoção dessas for significativa a ponto de prejudicar a absorção de calor, ela pode morrer. Por isso, não devemos tocar nas asas de uma borboleta: qual o sentido em colocá-la em risco?
Em suas asas há, também, um sistema constituído por inúmeras veias. Se uma das veias da asa dianteira se rompe, a borboleta geralmente morre.
De certo, a borboleta dessa foto enfrentou em sua vida batalhas significativas que deixaram suas marcas. Essa guerreira sobreviveu e mostrou sua vontade plena em viver, voando por entre as árvores e aquecendo suas asas ao sol. Sua imagem é a comprovação que beleza e imperfeição são sinônimos, jamais, antônimos.
Referências bibliográficas:
Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos (Borboleta Morpho helenor, Sarzedo/MG, 18/03/2012, 12h20 às 12h23).
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