sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O dia seguinte ao incêndio


Hoje, fui até o local que se incendiou ontem para conferir como ficou. Com as cinzas frias, pude caminhar pelo lugar. Fiquei muito triste ao encontrar corpos dos animaizinhos que morreram carbonizados. Já sabia que os filhotes nos ninhos do local não iriam escapar, mas esperava que as outras espécies tivessem conseguido fugir. O Jefferson viu passar várias lebres, enquanto apagava o fogo. Tem um teiú passeando por aqui e o Roberto afirmou que avistou um no sítio dele.






O animal acima era um gambá. Encontrei-o no pé de um dos coqueiros que queimou ontem. Ele deve ter buscado refúgio na árvore e morreu queimado. Os gambás são animais mais lentos e por causa disso acabam sendo vítimas dos cães domésticos. Para eles deve ser mais difícil, também, escapar das queimadas... A imagem é muito triste, feia, mas serve para a gente compreender os efeitos que queimadas como essa, que às vezes começam como "simples travessura" de algumas pessoas, têm sobre a vida de muitos seres...







O animal acima queimou muito e não deu para eu identificar o que era. Talvez, também, outro gambá...


Na imagem abaixo, então, não dá mesmo para saber que animalzinho era esse...





Não haverá para esses animaizinhos o dia seguinte... Como bem escreveu Carlos Drummond de Andrade:

"Não, não haverá para os ecossistemas aniquilados
Dia seguinte.
O ranúnculo da esperança não brota
No dia seguinte.
A vida harmoniosa não se restaura
No dia seguinte.
O vazio da noite, o vazio de tudo
Será o dia seguinte."


Incêndios podem ter causas intencionais de se causar o fogo (como o vandalismo, as brincadeiras com fósforo e fogueiras, a queimada de mato para limpeza do terreno, os ritos religiosos que utilizam velas...). Podem ter causas involuntárias (como o abandono de objetos de vidros e latas nos terrenos, cigarros mal apagados, instalações elétricas inadequadas, lançamento de foguetes e balões...). Podem, ainda, ter causas naturais (como, por exemplo, ser provocados por raios).


O importante é que cada um de nós adote, definitivamente, como parte corriqueira em nossas vidas,  hábitos responsáveis para evitar que sejamos agentes de um incêndio como este...








quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Queimada causa susto...


Hoje, por volta do meio-dia, um incêndio, que começou nas proximidades da fábrica de papel, aqui, no Bairro Cachoeira, alastrou-se rapidamente, causando-nos um grande susto.


 Imagem do fogo se alastrando no sítio vizinho.


Rapidamente, o fogo avançou do sítio vizinho para nossa área, que fica vizinha ao parque ecológico.



 Imagem de quando o fogo atingiu nossa área.




Entramos em contato com o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Prefeitura de Sarzedo, mas o fogo alastrava-se de forma assustadora.







Formamos uma pequena brigada solidária na tentativa de conter o fogo e impedi-lo que avançasse para as nossas residências e para o parque ecológico.


















Solidariedade é tudo!










Quando os bombeiros, finalmente, chegaram, o fogo, felizmente, já estava controlado.









Conclusão: precisamos de uma brigada de incêndio em nosso município, com caminhões-pipa e pessoal apto a nos socorrer!



Antes



Depois



Fiquei muito triste pela vegetação que queimou e, com certeza, os animais que morreram no local... Fiquei pensando nos ninhos dos passarinhos, que costumo acompanhar... Uma testemunha declarou que o incêndio foi proposital, provocado por dois adolescentes. Precisamos, também, investir muito na conscientização ambiental de nossa população. Paz é a relação responsável do ser humano com o meio-ambiente!




Cláudia Pinheiro Camargos - 29/09/2011

Duas faces de uma mesma montanha...

De um lado, a vida em verde...







Do outro lado, a rocha branca...















quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Aguapés dominam a Lagoa da Petrobrás



A aglomeração de aguapés na Lagoa da Petrobrás forma um "grande tapete verde". A lagoa está parecendo um enorme gramado...



Excesso de aguapés indica o alto índice de poluição da lagoa. O aguapé é uma vegetação aquática que prolifera somente em ambientes poluídos (em águas puras, ele não tem vez: não consegue crescer, fica parado). Isso porque a poluição confere à lagoa um alto índice de nutrientes, que permite o aparecimento desse tipo de vegetação. Em pequenas quantidades, o aguapé age como um filtro natural e ajuda a despoluir a água, mas em grandes proporções, como está hoje, na Lagoa da Petrobrás, denuncia a quantidade excessiva de poluentes na água, trazidos pelos efluentes domésticos.






Quanto mais poluído o ambiente, maior o potencial de proliferação dos aguapés. Dessa forma, verificamos que, hoje, a Lagoa da Petrobrás está com um alto índice de eutroficação (ou eutrofização), que é a proliferação de matéria orgânica em meio hídrico.




A aglomeração de aguapés forma um grande “tapete verde” e impede que os raios solares cheguem até a superfície da lagoa, diminuindo, consequentemente, a quantidade de oxigênio na água, causando a morte de seres vivos que ali residem. Além disso, os aguapés são plantas que possuem raízes longas e sua alta concentração dificulta a circulação dos peixes, fazendo com que eles fiquem ilhados em determinadas áreas ou presos.







A proliferação dos aguapés é um grande problema. Mas a solução não está na sua eliminação e, sim, no seu manejo. Se a extração dos aguapés for realizada de uma só vez, o poluente que é absorvido por eles fica na água e causa mais danos ambientais. Sua retirada deve ser gradual e o que é extremamente importante é buscar soluções  imediatas para minimizar o índice de poluição das águas que viabilizou sua proliferação.



A Lagoa da Petrobrás é um reservatório artificial, que foi criado na década de 60, para suprir a demanda de água da Refinaria Gabriel Passos no processo do refino do petróleo (uma área formada por fazendas e terras de propriedade do município de Ibirité foi desapropriada para construção da lagoa). 


Durante muitos anos, a lagoa foi um espaço de lazer, tanto para a população local, quanto para visitantes de regiões vizinhas. Era comum ver veículos estacionados e muitas pessoas às suas margens. Contudo, nos últimos anos, esse cenário mudou. A poluição de suas águas atingiu níveis alarmantes e, gradativamente, as pessoas deixaram de frequentar o local. Às suas margens, foram afixadas placas alertando para o perigo de contaminação pela esquistossomose.


Os aguapés evidenciam a grande contaminação por materiais orgânicos. Estudos indicam que há, ainda, o problema de contaminação da lagoa  por metais pesados: foi detectada a presença de mercúrio e cobre nas vísceras de peixes da lagoa (portanto, não consumam os peixes pescados no local. O acúmulo desses metais no organismo pode trazer graves problemas à saúde, como o câncer).


Há os que afirmam que no fundo da lagoa houve o assentamento de substâncias tóxicas acumuladas ao longo do tempo e defendem o esvaziamento da lagoa para a retirada desse passivo ambiental.

Há os que propõem utilizar os aguapés para retirar os metais pesados da água, mas é importante considerarmos o que faremos com a biomassa recolhida, que estará contaminada.

Há, também, a argumentação de que o problema maior da lagoa decorre do esgoto urbano, que, atualmente, é despejado "in natura" na lagoa e seus efluentes, provocando, além da proliferação dos aguapés, a floração de algas azuis (cianobactérias) e a contaminação por esquistossomose.  A região não dispõe ainda de um sistema de tratamento do esgoto urbano. Há perspectivas de implantação de uma ETE - Estação de Tratamento de Esgoto - no município de Ibirité até  meados do ano de 2013, conforme anunciou o representante legal Superintendente da Copasa, Eugênio Álvares, no 11º Seminário Participativo de Gestão das Águas da Lagoa de Ibirité, que ocorreu no dia 22 de março deste ano. (http://www.aguasdoparaopeba.org.br/conteudo.php?id=216).



Na busca de soluções, é importante a participação de todos nós - buscando os melhores recursos, estudos sobre o tema, dando sugestões aos administradores públicos, acompanhando a implantação da ETE, etc - para que possamos garantir a qualidade hídrica que tanto sonhamos em nossa região.










Saíra-amarela



Tirei as fotos desse pássaro hoje e ao pesquisar descobri que trata-se de uma saíra-amarela macho, que tem a coloração amarelo-dourada e uma máscara negra que se estende pela garganta e passa no meio de toda a barriga (a fêmea é mais pálida e não possui a máscara preta).





Em ambos os sexos, as asas são de coloração verde brilhante.



A saíra-amarela também é conhecida como saí-de-asas-verdes, saí-amarelo, saíra-cabocla, sanhaço-caboclo e sanhaço-macaco. Ela alimenta-se de frutos e insetos. Vive aos pares ou em pequenos grupos, habitando matas abertas ciliares, áreas cultivadas, parques e jardins.





Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos (Sarzedo, MG).

domingo, 18 de setembro de 2011

Andorinha-pequena-de-casa




Elas dão um show de acrobacias aéreas no céu enquanto caçam insetos. A divisão de suas cores é bem nítida: a parte superior é azul metálica (que dependendo da incidência da luz parece pretp); suas asas e caudas são pretas; a região da cabeça abaixo do bico e o peito são brancas.




A andorinha-pequena-de-casa tem esse nome porque se adaptou muito bem no meio urbano, sentindo-se muito à vontade nas fretas dos telhados e outros espaços de nossas residências. É muito comum vê-las nos beirais e sobre as telhas.







Não gosta de lugares gelados, migrando para fugir do frio, porém a andorinha-pequena-de-casa, ao contrário das outras andorinhas, não realiza migrações a distâncias muito longas.





Referências bibliográficas:

http://www.wikiaves.com.br/andorinha-pequena-de-casa

http://eptv.globo.com/terradagente/0,0,2,183;4,andorinha-pequena-de-casa.aspx


Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Não-identificado

Essas fotos eu tirei hoje no Condomínio Serra dos Bandeirantes, onde, infelizmente, havia um foco de incêndio e o indício que houve uma grande queimada por lá...







Esse passarinho procurava seu alimento no meio das cinzas. Não consegui identificá-lo.







Jacu-de-barriga-castanha



Hoje, no final desta tarde, tivemos o prazer da visita de um casal de jacu-de-barriga-castanha, uma ave galiforme, que consta da Lista de Aves Ameaçadas do Brasil, devido à caça e à perda de habitat proveniente das modificações ambientais. Ela também é conhecida apenas por jacu e jacu-goela. Essa espécie de jacu pode ser encontrada apenas no Brasil.




É bastante grande (chega a medir 77cm de comprimento).



O jacu-de-barriga-castanha parece uma enorme galinha de rabo e asas compridas.




Tem a cabeça pequena e o pescoço longo, de onde pende uma barbela de pele vermelho vivo.






Tem o voo pesado, fazendo muito barulho quando pousa nos galhos. Apesar disso, movimenta-se com facilidade na copa das árvores e quando se sente em perigo, desaparece facilmente por entre as folhagens.





Ao contrário do quero-quero que vi nesta manhã, o jacu costuma não dar gritos de alarme.







Referências bibliográficas:









Texto e fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

As últimas dos filhotes do sabiá...



Os filhotes do sabiá deixaram o ninho...




Esse aqui partiu por último...







Não foi tão fácil assim. Ele ficou um bom tempo, refletindo, parecendo incerto, sem saber como dava o seu primeiro voo...







Olhou para baixo...






Para os lados...







Fechou, os olhos, como se, quisesse, curtir mais um pouco aquele aconchego do ninho...








Mas, por fim, encarou de frente o seu desafio...






 ... e partiu...








Foram-se os passarinhos para a vida... ficou-se o ninho para a próxima geração.







Sarzedo, 15 de setembro de 2011.







Esse cantinho da casa já abrigou várias gerações de sabiás...




Fotografia tirada no dia 23/10/2007.








Fotografia tirada em 25/12/2010.



Quero-quero

Essas fotos eu tirei, hoje, no Condomínio Serra dos Bandeirantes...



O quero-quero é um pássaro típico da América do Sul, também é conhecido como tetéu, téu-téu, ero-ero, terém-terém e espanta-boiada. É uma ave do tamanho de um perdiz, muito comum em campinas úmidas, espraiados de rios e lagos, pastagens, campos de futebol, fazendas, estradas.








Tem um desenho muito interessante na região do peito, num colorido preto e branco. Tem um par de esporões ósseos de 1cm no encontro das asas.








A íris e as pernas do quero-quero são avermelhadas. As asas têm penas verde-metálicas. Apresenta um penacho na região posterior da cabeça.








Seu nome é uma onomatopéia de seu canto e, quando algum intruso invade seu território, ele grita estridentemente. É sempre o primeiro a dar o alarme. As capivaras tiram proveito de sua “função de alarme”, identificam a entonação do quero-quero que indica perigo e buscam refúgio na água.







É uma ave briguenta, que ataca outras espécies em seu território, inclusive as pessoas (ainda bem que eu descobri isso só agora...)


Por causa dessas suas características, o quero-quero é considerado um excelente “cão de guarda”.





Referências bibliográficas:










Texto e fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos