segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Amarilis (Hippeastrum glaucescens)


Hippeastrum glaucescens. Esse é o nome científico dessas lindas flores que nasceram na área que, recentemente, incendiou-se.







Foram disseminadas no terreno por polinizadores naturais.













Lírio-do-mato, açucena e amarilis são nomes populares dessa planta, que é nativa não-endêmica do Brasil  e pertence à família Amaryllidaceae.













Essa espécie é típica da Caatinga, do Cerrado e da Mata-Atlântica (em formações campestres).







Essa planta perene possui bulbo (cebola), folhas retas, uma ou mais hastes onde, geralmente, aparecem de duas a quatro flores.







Fomos contemplados por aqui com duas tonalidades dessa flor:















Referências bibliográficas:















Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

domingo, 30 de outubro de 2011

Imagens do fim de semana


A chegada da chuva trouxe o verde de volta. A área que foi castigada pela queimada já está praticamente toda coberta de vegetação nova. Apareceram vários lírios-do-mato no local.










Algumas, ainda, estão em botão, outras já abriram suas flores, que são muito bonitas e atraem animais polinizadores como os beija-flores e as abelhas.










Várias espécies de flores do mato colorem, ainda mais, o cenário.










E os insetos estão de volta! Alguns, já velhos conhecidos...










Outros, novidades ao meu olhar...




... estranhos...




...engraçados...


A cada volta que dou com minha câmara sempre aparece algo surpreendente.








Muito interessante essa joaninha! Ela é preta, com bolinhas prateadas e a carapaça é transparente nas laterais de todo o corpo, formando uma espécie de “capa de chuva”. Quando ela voa, seu prateado reluz. Essa daí está com um pequeno inseto grudado na carapaça.



Muitas dessa espécie de planta tinham como visitante uma formiga, que sugava, principalmente, as flores de coloração verde.





Fiquei intrigada com o comportamento das formigas. Depois que sugavam as flores, elas ficavam um tempo paralisadas, com o abdômen contraído (como se estivessem sentadas).





Depois de um tempo paradas, as formigas voltavam a sugar as flores e o comportamento se repetia.






Esse besouro verde estava de pernas para o ar. Lembrei-me da minha amiga, Barbara, que, quando era criança, passava horas no sítio da família dela “salvando” os besouros. Quando o coloquei de pé, ele pareceu-me bastante cansado. Joguei um pouquinho de água nele. Acho que o besouro estava com muita sede, pois se fartou na pocinha d’água.






Depois, ficou forte e foi tratando de “tirar o time de campo”.





Voou para o chão e logo encontrou um matinho.



Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

sábado, 29 de outubro de 2011

Cigarras


Elas estão a toda, na maior algazarra. A gritaria é tanta, que muitas vezes a gente tem vontade de por um tampão nos ouvidos. O som que emitem – agudo, alto, estridente como um apito – é, na verdade, um chamado para acasalamento emitido pelos machos. Esse chamado pode chegar a 120 decibéis, densidade de som tão alta que se aproxima do limiar da dor no ouvido humano.



As cigarras têm pouco predadores (também, com essa gritaria toda, não há predador que suporte). Quando adultas são alimentos para pássaros. Porém, o som alto que emitem além de atrair uma parceira e incomodar os ouvidos humanos, repele os pássaros. Isso porque a cantoria das cigarras, também, é dolorosa aos ouvidos dos pássaros, interferindo na comunicação que as aves fazem entre si e dificultando os ataques dos pássaros ao grupo das cigarras.



Nem as próprias cigarras aguentam seu canto! Tanto os machos quanto as fêmeas possuem um tampão natural para se protegerem do som alto que emitem: um grande par de membranas que funcionam como orelhas e se dobram quando os machos emitem o som alto para não provoquem danos aos tímpanos. Espertinhas, não? Quem não tem esse tampão de ouvido natural, tem que se virar como pode.



As cigarras nascem de ovos. Surgem pequenas e sem asas e, nesse estágio, são chamadas de ninfas. Ao tocarem o chão, as ninfas enterram-se no solo e permanecem debaixo da terra por vários anos, alimentando-se, enquanto se desenvolvem, da seiva sugada de raízes de plantas. As espécies brasileiras vivem no solo durante um ou dois anos. Em países, como nos Estados Unidos, há espécies de cigarras que vivem no solo até 17 anos.



Na fase de ninfa, seus maiores predadores são besouros, tatus e formigas predadoras que vivem no solo. Por causa disso, muitas cigarras não conseguem chegar à fase adulta.



As que sobrevivem a esse período e alcançam o tamanho adulto, cavam a terra de volta para a superfície. Elas vêm à tona ao anoitecer, no final da primavera ou no início do verão. Elas sobem até algum lugar mais elevado e trocam de pele pela última vez. Esse processo de mudança do exoesqueleto nos animais que apresentam esse modo de crescimento (como as cigarras) é chamado de ecdise ou muda.




Ecdise ou Muda




Muitas pessoas ao encontrarem a casquinha da cigarra grudadas em árvores, acreditam que a coitada “explodiu” de tanto cantar. Essa história não passa de uma lenda. Do jeito que elas deixam a casca – com aquela abertura no meio – realmente, dá mesmo essa impressão. Mas essa casca, na verdade, não passa de uma velha roupagem e indica apenas que aquela cigarra passou da fase de ninfa para o estágio adulto. O nome certo dessa casca é exúvia - o exoesqueleto deixado pelos artrópodes quando realizam uma muda (ecdise).



 Ecdise ou Muda





Exúvia



Agora são cigarras adultas, com asas. Sua alimentação continua sendo a seiva das plantas, que, agora, é sugada do caule e das folhas.




Cigarra logo após deixar a exúvia.




Após endurecer a nova cutícula, a cigarra está pronta para a vida adulta!



Quando chega à vida adulta, a cigarra não tem muito tempo para aproveitar a nova fase, não! Fora do solo ela vive apenas de dois a três meses.



Texto e fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos




Referências bibliográficas:





quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Problemas ambientais em foco


Os links abaixo dão acesso a conteúdos de audiências que foram realizadas, respectivamente, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais e na Câmara dos Deputados, e tratam de temáticas ambientais que envolvem diretamente o município de Sarzedo.


O primeiro link refere-se à audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembléia Legislativa de Minas Gerais que ocorreu no dia 27 de setembro deste ano. A mesma levantou um grande problema ambiental que, atualmente, preocupa os moradores do município: a emissão de poluentes pela empresa Ecosteel Indústria de Beneficiamentos Ltda.



A Ecosteel trabalha na readequação e reaproveitamento da lama aciaria, um subproduto siderúrgico. Contudo, desde o início de suas atividades, moradores de Sarzedo têm se queixado da dispersão de material poluente. Um pó oriundo das atividades da empresa acumula-se visivelmente nas casas e veículos das redondezas. Há queixas de que os veículos que transportam o material produzido dispersam esse pó em sua movimentação. Em relação aos problemas de saúde que podem decorrer desses poluentes, há, também, muitas preocupações. Na audiência, o diretor da Associação de Moradores do Bairro Riacho da Mata, Wander Nascentes Pereira, relatou o caso de um morador falecido em agosto deste ano em decorrência de problemas respiratórios.



Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado no mês de setembro entre a empresa e a Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram), determinando que a empresa realize 11 adequações ambientais até dezembro deste ano. Autoridades do município defendem que caso todas essas adequações não sejam realizadas neste prazo determinado, a Ecosteel deve ser fechada ou transferida. Isso espelha a angústia quanto à urgência da melhoria na qualidade de vida da comunidade e pela minimização dos impactos ambientais.



Para ver a matéria completa, acesse o link:


http://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2011/09/27_comissao_meio_ambiente_fabrica_sarzedo.html






Outro problema em debate - já abordado nesse blog - é a poluição na Lagoa da Petrobrás. Em audiência realizada no dia 14 de junho deste ano na Câmara dos Deputados, autoridades debateram sobre a gravidade da questão e a responsabilização de cada agente no processo de limpeza da lagoa.


Muito importante, também, conferir o material:


http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cmads/notastaq/nt14062011

domingo, 23 de outubro de 2011

Choveu durante todo o final de semana...

A passarada adorou! Vários visitaram esse galho aqui só para contemplar a chuva...




O bem-te-vi...







A maria-cavaleira...







O garrinchinha, então, gostou tanto...







... que até cantou!






Os mais "fominhas" aproveitaram para "fazer uma boquinha".

Como o casal de saíra...







... e o sanhaço, que, também, não resistiu às frutinhas!







Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

Pomba-asa-branca




Distingue-se das outras pombas por apresentar uma faixa branca na parte inferior da asa (daí seu nome popular).



Também conhecida como pombão, legítima-mineira, pomba-do-ar, pomba-trocal, pomba-trocaz, pomba-carijó e pomba-verdadeira. Seu nome científico é Patagioenas picazuro.





Espécie consagrada pela cultura popular. Quem nunca ouviu a música “Asa-branca” de Luiz Gonzaga?



Quando oiei a terra ardendo
Qua fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para mim voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus oio
Se espaiar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração”



Seu canto é profundo e rouco: “gu-gu-guuu...”



Referências bibliográficas:



Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

Rolinha-roxa






Também conhecida como rolinha-caldo-de-feijão, rolinha-comum, rolinha-vermelha, pomba-café, picuí-peão, rola-cabocla, pomba-rola, rola, rolinha e rola-sangue-de-boi.








É uma das primeiras espécies brasileiras que adaptou-se ao meio urbano, sendo, ainda, em algumas cidades do país, a espécie nativa mais comum. Ocorre, praticamente, em todo o Brasil, sendo ausente em áreas densamente florestadas da Amazônia.






Seu nome científico é Columbina talpacoti.











Referências bibliográficas:


Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aranha marrom


Uma minúscula aranha marrom picou-me nessa semana. Ao encostar na parede, eu a apertei e ela me picou. Quem mora perto de mato é assim: de vez em quando, uns visitantes inesperados resolvem visitar nossa casa.



Foi uma picadinha de nada, como desses “borrachudos” chatos, que deixou uma marquinha semelhante a que os pernilongos costumam deixar. Só que eu, muito curiosa, fui pesquisar na internet os efeitos de uma picada de aranha e, literalmente, quase "infartei" ao descobri que tem uma espécie de aranha marrom - muito comum em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - cuja picada pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em alguns casos, morte. Essa espécie de aranha, a Loxosceles gaucho,  é muito comum em ambientes domésticos e o pior: no ato da picada há pouca ou nenhuma dor e a marca é praticamente imperceptível.  Somente depois de 12 a 14 horas é que o veneno começa seus efeitos no corpo, causando dor no local, bolhas, vermelhidão e necrose (morte do tecido).



O complicado foi tentar fazer uma necrópsia na aranha já esmagada para descobrir se a aranha marrom que me picou era a “temível” aranha-marrom. Ficou difícil identificar, já que as duas são minúsculas (a loxosceles têm um comprimento total de cerca de 6 a 12mm). Uma das características da aranha-marrom é de ter o corpo no formato de violino (por causa disso, ela é também conhecida como aranha-violino). A aranha que me picou, embora, quando fiz minha investigação já estava esmagada, pareceu-me mais “redodinha”.

Uma característica incomum da aranha marrom é que ela possui 6 olhos (a maioria das aranhas possui 8) e uma marca no formato de violino em seu dorso. Além disso, seu abdomem é também de um marrom mais escuro do que o resto de seu corpo. Suas patas são marrom-claro e sem marcas adicionais (se a aranha possuir as pernas mais escuras que o corpo ou se tiver faixas nas pernas não é a aranha loxosceles).  

O jeito foi esperar as 12 horas para verificar o que acontecia... Já com “minha aranha” no vidro, foi difícil me conter e não ir direto para o João XXIII.




aranha que me picou



Bom... não foi sem angústia, mas, felizmente, não fui picada pela Loxosceles gaucho e, no dia seguinte, a picada permanecia só como um pontinho vermelho. Ainda bem! Espero que, se a loxoceles resolver passear por aqui, não resolva, também, conhecer minha casa, contente-se apenas com a mata e fique longe de intrusos esmagadores como eu.



Já tirei foto aqui dentro de casa de outra aranha marrom. Sou péssima em identificação das espécies, mas acredito que essa, também, não é uma Loxoceles gaucho.








A orientação dos especialistas do CIAT-BH (Centro de Informações e Assistência Toxicológica)/ Unidade de Toxicologia do Hospital João XXIII é de que, caso seja picado(a) pela aranha-marrom, não perder tempo com medidas caseiras e procurar atendimento o mais rápido possível, mesmo que os sintomas não tenham se manifestado.


O CIAT presta orientações por telefone, sobre acidentes com animais peçonhentos ou com produtos tóxicos através dos números  0800-7226-001 ou (31) 3224-4000.


Para saber mais:

http://www.fhemig.mg.gov.br/pt/banco-sala-de-imprensa/1829-aumentam-casos-de-acidentes-com-a-aranha-marrom-atendidos-no-hospital-joao-xxiii



Essa é a foto da aranha-marrom (aranha-violino) divulgada no site da Fhemig:



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Notícias dos gambazinhos

Os dois filhotes de gambás que ficaram órfãos na quarta-feira passada e estão sob o cuidado do veterinário Marcos Vinícius de Souza estão vivos e continuam bem. Tomara que eles adquiram todas as condições necessárias para voltarem a viver na mata!

domingo, 16 de outubro de 2011

Saí-andorinha


Hoje, à tarde, consegui fotografar, um casal de uma das espécies de aves mais bonitas de nosso país: o saí-andorinha, cujo nome científico é Tersina viridis.



saí-andorinha macho




saí-andorinha fêmea




Eles estavam pousados numa das árvores que queimou no incêndio. Acasalaram-se algumas vezes (tomara que construam seu ninho por aqui!).







O saí-andorinha macho é azul brilhante, com a cara e a garganta negras. O centro da barriga é branca e na plumagem azul, nas laterais da barriga, há uma série de riscas escuras.











O saí-andorinha fêmea é verde, com um tom brilhante nas costas e amarelado nas partes inferiores. A barriga é amarelada no centro e assim como acontece na plumagem do macho, nas laterais de sua barriga, há uma série de riscas escuras. O saí-andorinha macho jovem também é esverdeado como a fêmea.









Essa ave tem o formato da cabeça e do corpo peculiares. Seu bico é curto, terminando numa pequena ponta, com uma boca grande e larga.










Alimenta-se de insetos e frutos. Busca áreas onde existam árvores de suas frutas preferidas (como os figos). Os frutos com caroço muito grande para ser engolido tem a polpa retirada no esôfago e são cuspidos, o que faz dessa ave uma excelente dispersora de sementes.









Referências bibliográficas:





Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos