segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O gosto da amora-silvestre

Amora-silvestre (Rubus rosifolius Sm) 
 
 




Quando descobri estas frutas vermelhas na mata, não me arrisquei em prová-las. Aqui, no sítio, ninguém as conhecia. Nasceram espontaneamente. Logo, descobri que são típicas do Cerrado e da Mata Atlântica, ocorrendo, também, na Floresta Ombrófila Densa e Mista. São comestíveis e possuem altos valores de potássio e sais minerais (estes últimos superiores aos dos morangos). 



 
Também conhecida como amora-vermelha, framboesa, morango-sivestre, esta frutinha é oca. Na língua Guarani, é chamada de tembiadja ka’aguy.




 

Após a pesquisa, fui conferir o sabor da fruta. É doce, tem um leve amargo, agradável ao paladar.
 

 



 
Referências bibliográficas:




Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

sábado, 25 de agosto de 2012

Um jardim de muitas aves...

O ninho do sabiá-barranco:

Há muitos anos, os sabiás têm seus filhotes neste mesmo lugar. A cada geração, reformam este ninho, colocando mais barro, raízes e folhas secas. 





Esta é a mãe sabiá da futura ninhada. Ela passa um bom tempo chocando seus ovos, mas, frequentemente, dá uma voltinha pelo jardim e pomar, próximos ao ninho. Não vai muito longe. Procura alimento como frutas, insetos, minhocas e refresca-se em poças de água.








Sabiá-poca:




Quem também tem passeado muito pelo jardim é este sabiá de bico laranja e peito branco, também conhecido como sabiá-bico-de-louça. 




Ele tem uma "cara de bravo", mas é por causa desta mancha escura que há sobre seus olhos.



Ele gosta muito de ciscar. Frequentemente o vejo pousado no chão, vasculhando folhas e revirando a terra.


Sanhaçu-cinzento:

Normalmente os encontro comendo frutinhas. São, realmente, muito gulosos e têm um canto longo, muito marcante. Estranho o fato dele ser conhecido como sanhaçu-cinzento, já que não há como negar que seu grande charme são suas asas azuis, que reluzem à luz do sol. Pelo menos, no Nordeste ele é conhecido como sanhaçu-azul (Natal/RN) ou pipira-azul.



Pomba-asa-branca:

Acho que deve ser sempre a mesma pomba que, ao entardecer, vem tomar água na piscina (sempre na mesma borda). 




Acho muito triste seu canto rouco, profundo. 




Casaca-de-couro-da-lama:




Outra espécie que avisto frequentemente. Ontem, um casal desta ave aventurou-se junto com o sabiá-poca a ciscar pelo chão do jardim. O seu jeito de andar lembra o seu "primo", joão-de-barro.





Nestes últimos dias, não tive como não registrar estas aves, que sempre nos presenteiam com sua presença e possibilitam-nos belas imagens...


Bem-te-vi:






Maria-cavaleira:





Suiriri:



Rolinha-caldo-de-feijão:




Periquito-do-encontro-amarelo:



Anu-preto:



Saí-andorinha:




Lavadeira-mascarada:


Gavião-carijó:



Coleiro-baiano:




Fotografias:

Cláudia Pinheiro Camargos (Sarzedo, Minas Gerais).



domingo, 19 de agosto de 2012

Primavera (Xolmis cinereus)

A primavera, também conhecida como maria-branca, é uma ave da família Tyrannidae, de ocorrência no Cerrado e em regiões campestres. Seus olhos são vermelhos e sua plumagem cinza e branca. É briguenta e gosta de tomar banho na chuva ou na folhagem molhada.  Seu nome científico é Xolmis cinereus





Li que esta espécie também pode usar formigas para higiene de seu corpo. Fiquei curiosa em saber como.


Referências bibliográficas:

http://www.wikiaves.com.br/primavera


Fotografia: Cláudia Pinheiro Camargos (Mário Campos/MG, Condomínio Serra dos Bandeirantes, 19/08/12).

sábado, 11 de agosto de 2012

Mais borboletas no jardim...

Calicore astarte, "borboleta 80" (Sarzedo, 11/08/2012).


Methona themisto, borboleta do manacá (Sarzedo, 04/08/12).


Heliconius ethilla, maria-boba (Sarzedo, 11/08/12).


Vanessa myrinna (Sarzedo, 11/08/12).

Caligo eurilochus brasiliensis (Sarzedo, 11/08/12).


Lycoria halia discreta (Sarzedo, 22/07/11).


Marpesia petreus (Sarzedo, 22/07/11).


Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos

Borboleta Pingos-de-prata (Agraulis vanillae)



Os desenhos em forma de gotas prateadas na face dorsal de suas asas são a origem da denominação popular desta borboleta alaranjada, cujo nome científico é Agraulis vanillae.




A pingos-de-prata pertence à família Nymphalidae e gosta de lugares abertos e ensolarados. Em sua fase lagarta, alimenta-se das folhas de maracujazeiros.


Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos (Sarzedo/MG, 11/08/12).


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Seriema de Sarzedo

Contaram-me (e fotografaram para registrar) que esta seriema instalou-se como moradora permanente no Condomínio Quintas da Lagoa, aqui no município de Sarzedo. Essa ave, Cariama cristata, é considerada uma bioindicadora do cerrado. Também conhecida como siriema ou sariema, seu nome deriva do tupi ("crista levantada"). Em inglês, é chamada de red-legged seriema.


                                                                 Célia Ferreira Campos


São muito desconfiadas, arredias a aproximação de estranhos, mas essa aqui parece que adaptou-se bem com a presença humana e prefere passear pelas áreas residenciais do condomínio a juntar-se ao seu bando que abriga-se nas matas ao redor.



                                                                                 Dizinho Iglesias


De hábitos terrestres, dormem empoleiradas em um galho alto de árvore.


                                                                                      Dizinho Iglesias


De longe, escuta-se seu canto longo e estridente (dizem que pode ser ouvido a um quilômetro de distância). Por causa dessa característica, essa ave é conhecida como “a voz do cerrado”.

Uns dizem que quando a seriema canta é um aviso que vem chuva por aí, já outros falam que seu canto anuncia o final da temporada de chuva. Dos mitos de sua melodia, uma certeza: sua voz toca no coração de muitos. Tem som de saudade. Assim como canta, a seriema é cantada..


Siriema do cerrado
(José Fontura/Paraíso)

Siriema do cerrado
A pisar o chão molhado
Do orvalho que caiu
Cante para o sol surgindo
Aos botões que vão de abrindo
E pra lua que dormiu
Eu fiz sol na vida dela
E o luar do amor foi ela
Mas sumiu não sei porque
Siriema das campinas
É igual a minha sina
O destino de você
Siriema do cerrado
Magoado é seu cantar
Por planícies e montanhas
Acompanha o meu penar
Vai seguindo os boiadeiros
Forasteiros e paixões
Você é a sentinela
Nas janelas dos sertões
Siriema do cerrado
Minha vida é um descampado
Como os campos no verão
Siriema do meu peito
A bater insatisfeito
É meu triste coração
Sou vaqueiro das estradas
A tocar minha boiada
De saudade e solidão
Quando ouço o seu canto
Sinto um ribeirão de pranto
Me brotar do coração.”

" Siriema
(Mário Zan/Nhô Pai)

Oh! Siriema do Mato Grosso
Teu canto triste me faz lembrar
Daqueles tempos que eu viajava
Tenho saudade do teu cantar (2x)
Maracaju, Ponta-porã,
Quero voltar ao meu sertão
Rever os campos que eu conheci
E a siriema, eu quero ir
Oh! siriema, quando tu cantas
de Mato Grosso a saudade vem
Oh! siriema quando tu choras e vai embora
Eu chorava também
Maracaju, Ponta-porã,
Quero voltar ao meu sertão
Rever o campos que eu conheci
Oh! siriema, eu quero ir."

Canto da seriema
(José Mendes/Leonel Santos)

Seriema do Rio Grande teu cantar enduetado
Deixa roxo de saudade esse peito apaixonado
Canta, canta, seriema nas campinas verdejantes
Teu cantar me traz saudade, meu amor de bem distante!
Seriema canta,
Seriema canta, seriema canta pra alegrar meu coração
Que o peito desse gaúcho arrebenta de paixão.
Cavalgando campo a fora escutando meu cantar
Dou-lhes rédeas no meu pingo muito triste a soluçar.
Teu cantar me traz saudade de uma prenda que eu adoro
Relembrando um velho amor de tristeza quase choro!
Seriema canta,
Seriema canta, seriema canta eu quero ouvir o teu cantar -
Lamenta e a minha saudade e as mágoas que é meu penar.”


"Cantar da Siriema
(Zacarias Mourão/Nhô Victor/Nízio)

Canta, canta, siriema, teu cantar me faz chorar
Que saudade da morena que não pôde me esperar.
Recordo por "Tumurtin", "Aquidauna" e Coxí.
Eu lhe dei o meu amor, ela se esqueceu de mim.
Siriema não existe canto triste como o teu.
Minha vida ficou triste quando o meu amor morreu.”


                                                                                                  Célia Ferreira Campos

Referências bibliográficas:



Texto: Cláudia Pinheiro Camargos

Fotografias: Dizinho Iglesias e Célia Ferreira Campos (Condomínio Quintas da Lagoa, Sarzedo/MG)

domingo, 5 de agosto de 2012

Cores do sabiá-do-barranco



Gosto do efeito das cores do sabiá-do-barranco na fotografia em cenários de terra ou cimento. Fica parecendo uma pintura.






Esta ave, Turdos leucomelas, também conhecida como sabiá-barranco, sabiá-barranqueira, sabiá-pardo, sabiá-branco ou capoeirão tem o bico cinza escuro, as costas e o peito de tonalidade também acinzentada. A plumagem das asas é marrom e a parte interna dessas, alaranjada. Sua garganta é branca com listras cinza escuro e o alto de sua cabeça tem coloração olivácea ("um verde-amarronzado").







Fotografias: Cláudia Pinheiro Camargos (Sarzedo/MG, 05/08/2012).