sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aranha marrom


Uma minúscula aranha marrom picou-me nessa semana. Ao encostar na parede, eu a apertei e ela me picou. Quem mora perto de mato é assim: de vez em quando, uns visitantes inesperados resolvem visitar nossa casa.



Foi uma picadinha de nada, como desses “borrachudos” chatos, que deixou uma marquinha semelhante a que os pernilongos costumam deixar. Só que eu, muito curiosa, fui pesquisar na internet os efeitos de uma picada de aranha e, literalmente, quase "infartei" ao descobri que tem uma espécie de aranha marrom - muito comum em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - cuja picada pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em alguns casos, morte. Essa espécie de aranha, a Loxosceles gaucho,  é muito comum em ambientes domésticos e o pior: no ato da picada há pouca ou nenhuma dor e a marca é praticamente imperceptível.  Somente depois de 12 a 14 horas é que o veneno começa seus efeitos no corpo, causando dor no local, bolhas, vermelhidão e necrose (morte do tecido).



O complicado foi tentar fazer uma necrópsia na aranha já esmagada para descobrir se a aranha marrom que me picou era a “temível” aranha-marrom. Ficou difícil identificar, já que as duas são minúsculas (a loxosceles têm um comprimento total de cerca de 6 a 12mm). Uma das características da aranha-marrom é de ter o corpo no formato de violino (por causa disso, ela é também conhecida como aranha-violino). A aranha que me picou, embora, quando fiz minha investigação já estava esmagada, pareceu-me mais “redodinha”.

Uma característica incomum da aranha marrom é que ela possui 6 olhos (a maioria das aranhas possui 8) e uma marca no formato de violino em seu dorso. Além disso, seu abdomem é também de um marrom mais escuro do que o resto de seu corpo. Suas patas são marrom-claro e sem marcas adicionais (se a aranha possuir as pernas mais escuras que o corpo ou se tiver faixas nas pernas não é a aranha loxosceles).  

O jeito foi esperar as 12 horas para verificar o que acontecia... Já com “minha aranha” no vidro, foi difícil me conter e não ir direto para o João XXIII.




aranha que me picou



Bom... não foi sem angústia, mas, felizmente, não fui picada pela Loxosceles gaucho e, no dia seguinte, a picada permanecia só como um pontinho vermelho. Ainda bem! Espero que, se a loxoceles resolver passear por aqui, não resolva, também, conhecer minha casa, contente-se apenas com a mata e fique longe de intrusos esmagadores como eu.



Já tirei foto aqui dentro de casa de outra aranha marrom. Sou péssima em identificação das espécies, mas acredito que essa, também, não é uma Loxoceles gaucho.








A orientação dos especialistas do CIAT-BH (Centro de Informações e Assistência Toxicológica)/ Unidade de Toxicologia do Hospital João XXIII é de que, caso seja picado(a) pela aranha-marrom, não perder tempo com medidas caseiras e procurar atendimento o mais rápido possível, mesmo que os sintomas não tenham se manifestado.


O CIAT presta orientações por telefone, sobre acidentes com animais peçonhentos ou com produtos tóxicos através dos números  0800-7226-001 ou (31) 3224-4000.


Para saber mais:

http://www.fhemig.mg.gov.br/pt/banco-sala-de-imprensa/1829-aumentam-casos-de-acidentes-com-a-aranha-marrom-atendidos-no-hospital-joao-xxiii



Essa é a foto da aranha-marrom (aranha-violino) divulgada no site da Fhemig:



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